Batalha de São Marcos, 29 de Maio de 2009 No mesmo lugar de S. Marcos, onde as mesnadas dos alcaides de Trancoso, Linhares e Ferreira de Aves enfrentaram o poderoso exército castelhano, que regressava nesse ano de 1385, carregado de saques, comemorou-se no dia 29 de Maio o feriado municipal de Trancoso.
As cerimónias tiveram início com o hastear da bandeira em frente aos Paços do Concelho, perante os elementos do executivo da edilidade trancosana e a guarda de honra prestada pelos Bombeiros Voluntários de Trancoso.
Seguiu-se a cerimónia de inauguração da Central de Camionagem, prosseguindo da parte da tarde com o tradicional cortejo cívico até ao planalto de S. Marcos. Neste lugar, junto da capela de invocação do santo e em cerimónia ao ar livre, beneficiada com a presença das entidades locais, foram feitas as intervenções habituais, com as primeiras palavras proferidas por um dos representantes da oposição na autarquia – na ocasião, o Vereador Amílcar Salvador – seguindo-se na intervenção o Presidente do Município, Júlio Sarmento.
De salientar nos discursos as palavras de Amílcar Salvador que, a determinado trecho, afirmou que “é bonito virmos aqui todos e comemorarmos em festa uma data de tanto valor histórico para nós e para o País”. Por sua vez, o Presidente do Município enfatizou o orgulho que todos os da sede e termo de Trancoso têm em manter esta tradição “e de recordar esta batalha que bem demonstra a vontade e o querer das gentes de Trancoso, que ainda hoje se mantém”. Prolongando a sua intervenção para pormenores da actual governação autárquica, Júlio Sarmento afirmou que “as dificuldades têm sido vencidas e as obras vão aparecendo”. Garantiu, assim, que “há ainda mais para fazer e nós estamos ainda disponíveis para o fazer e para comemorar as vitórias como hoje o estamos a fazer aqui”, referindo igualmente o “prazer que nos dá o juntarmos aqui muitos dos nossos concidadãos no convívio de todos com todos”.
Seguiu-se a tradicional distribuição de pão e laranjas às crianças, num ambiente que pretende simbolicamente retratar a derrota dos castelhanos. Ainda no âmbito do convívio popular, em contraste com o movimento bélico ocorrido há 624 anos, houve música e animação, febras, vinho e cerveja, numa sugestão dos antigos convívios populares, onde nem sequer faltou uns passos de dança e outras pacíficas manifestações dos mais folgazões.
29 de Maio comemorado, perpetuada a memória, a independência assegurada pelos tempos, no mito do V Império que Vieira encontrou nas profecias do Bandarra e no orgulho de se ser Português e Trancosano.