União de Freguesias Vila Franca das Naves e Feital

União De Fregueias De Vila Franca E Feital

População: 1030 Habitantes

Dista da Sede de Concelho: 16 Km

Área: 15,98 km²

VILA FRANCA DAS NAVES
É nesta freguesia, na portela de Vila Franca das Naves, justamente na linha divisória de águas vertentes ao Mondego e ao Côa, que finda o edifício tectónico da Beira-Douro.
Como ponto de grande importância estratégica, local obrigatório de passagem entre o Côa e o Vale do Mondego, Vila Franca conheceu o roubo, a destruição e a tragédia provocadas pelas guerras da Independência e da Restauração e pelas invasões francesas. Até a cólera, em 1885, resolveu atacar a freguesia, reduzindo a sua população a um terço.
Inicialmente denominada Vila Franca, mais tarde Vila Franca do Conde, a sua igreja, no arrolamento de 1321, foi taxada com uma importância que, de entre todas as igrejas do actual concelho, apenas era inferior à de Santa Maria de Guimarães, na vila.
Dia marcante para a freguesia foi o 10 de Agosto de 1882, quando o comboio, transportando a família real, aqui chegou pela primeira vez. E como disse o abade de Miragaia, “ali se formará com o decorrer do tempo um povoado importante”, o que veio realmente a acontecer.

Orago: Nossa Senhora dos Prazeres

Feiras: S. Martinho (anual, 11 de Novembro), S. José (anual, 19 de Março) e S. Pedro (29 de Junho)

FEITAL

A antiga freguesia do Feital era constituída por duas aldeias: Feital, sede da freguesia, situada numa encosta virada a nascente, a uma altitude média de 720 metros, e Garcia Joanes, situada a cerca de 1 km a poente de Feital, encontrando-se separadas pela crista da serra que leva o nome da freguesia e que tem uma altitude média de 790 metros e máxima de 814 metros.
Se tivermos em conta os vestígios de ocupação humana da região, que ainda se encontram bem visíveis na área da freguesia, não é difícil concluir que a fundação da aldeia é bastante remota. O castro da Feiteira, a cerca de mil metros a nascente do Feital, tem origem anterior à ocupação romana da Península Ibérica e deu o nome à actual povoação. A pouca distância, no Casal da Fonte Grande, três túmulos antropomórficos, um lagar, uma ara, duas colunas cilíndricas em granito e outros vestígios assinalam a ocupação romana do lugar.
Mesmo ao lado, encontra-se a Quinta das Eiras, desabitada há mais de 60 anos e constituída por catorze edifícios, entre habitações, estábulos e arrumos. Ainda bem conservados encontram-se um pombal de planta quadrangular, de paredes em granito, que deve ser exemplar único no País e o forno comunitário, em granito, que bastaria aquecê-lo para cozer pão ou assar um cabrito. Apesar de a maioria das paredes se encontrar em boas condições, dos telhados pouco resta.
A lenda local de que D. Rodrigo, último rei dos godos, se encontra sepultado na igreja Matriz de Feital, não tem nenhum suporte documental e as profundas transformações que a igreja sofreu ao longo dos séculos também não ajudam muito a confirmá-la; todavia, dentro dos limites da freguesia, existe um local chamado D. Rodrigo.
A população da antiga freguesia foi crescendo ao longo dos tempos até meados do século XX, diminuindo drasticamente com a emigração dos anos setenta. O primeiro relato escrito sobre a população de Feital encontra-se nas Relações Paroquiais de Trancoso que referem 38 vizinhos na Paróquia de Feital. O censo de 1930 referia 267 habitantes em 88 fogos; o de 1960, 215 habitantes em 65 fogos; o de 1980, 121 habitantes em 54 fogos. Em 1991, existiam 107 habitantes em 43 fogos e em 1996, residiam 90 habitantes em 37 fogos. Em 1991, eram vivos 133 emigrantes nascidos na freguesia, 89 dos quais residiam noutras zonas do País, sobretudo na área de Lisboa, onze no Brasil e trinta e três em vários países da Europa.
A partir dos anos sessenta, a economia local evoluiu da pastorícia e da agricultura de subsistência para a pecuária, com a introdução das vacas leiteiras, que hoje são a sua maior fonte de rendimento.
Apesar da importância que tem perdido ao longo dos anos, quem realmente marca a freguesia é o castanheiro, com muitos exemplares centenários e um provavelmente milenário, conhecido por Grande Hotel. A castanha ainda é a segunda fonte de rendimento, e o ciclo vegetativo do castanheiro, entre Maio e Novembro, marca a paisagem inconfundivelmente. Desde o verde mais suave e transparente da Primavera até ao verde escuro do Verão e aos amarelos e castanhos do Outono, os soutos estão presentes o ano inteiro; até os cinzentos do Inverno são por vezes amenizados pela brancura da neve ou pelo deslumbramento do sincelo que transforma os castanheiros em verdadeiras obras de filigrana.
O vestígio mais marcante que os seres humanos deixaram no Feital, foram os abrigos dos pastores que se espalham ao longo de toda a serra em número superior a uma centena. São pequenas construções de granito, conhecidas por casotas ou casinhas, com abertura virada a nascente e que podem abrigar da chuva e vento de duas a mais de vinte pessoas, continuando a ser utilizadas pelos pastores.
No decurso dos últimos anos foram dados os primeiros passos na recuperação de casas antigas para turismo em espaço rural ou como segundas habitações. Esta será provavelmente a actividade de futuro para a freguesia. A procura por nacionais e sobretudo por estrangeiros já se estende ao longo de todo o ano, com especial incidência no Verão.
O sossego quase absoluto, a beleza rude da paisagem, a afabilidade das gentes e o ar puro fazem o encanto de cada vez mais pessoas. Juntando a tudo isto a paisagem deslumbrante que se avista do cimo da serra, abrangendo os catorze concelhos do distrito da Guarda, Trás-os-Montes até à serra de Bornes, as arribas do Douro internacional, as serras espanholas da Penha de França, da Gata e dos Gredos (esta a mais de 150 km, em linha recta), será fácil entender o fascínio que o Feital provoca.
Paralelamente ao turismo, também já começou a ser explorada a vertente cultural por uma escultora aqui nascida e residente na Alemanha. Em Setembro de 1995 e durante três semanas realizou-se o 1.º Simpósio Internacional de Arte do Feital, com a participação de dez artistas de várias nacionalidades. A partir de 1997, com carácter de Bienal de Arte, realizar-se-ão mais simpósios e estará concluído um Centro de Arte Internacional para funcionar em permanência como atelier e galeria de arte.

Artesanato: Queijo da serra

Orago: Santa Margarida

 

 

Atividades Económicas

Agricultura, pecuária, panificação, serralharia e construção civil, vitivinicultura e pequeno comércio

Festividades

VILA FRANCA DAS NAVES: Nossa Senhora da Boa Esperança (15 de Agosto).
FEITAL: Santa Margarida (20 de Julho)

Colectividades

VILA FRANCA das NAVES: Associação Cultural e Desportiva de Vila Franca das Naves.

Património

VILA FRANCA das NAVES: Igreja Matriz e Capela de Nossa Senhora da Boa Esperança
FEITAL: Igreja Matriz, Capela de Santo André, lagar romano, sepulturas romanas e ruínas do castro da Feiteira, Miradouros, Penedo da Vila e do Alto da Broca.

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