Comunidade Portuguesa dirigida por beirão de Trancoso inaugurou Casa de PortugalO episódio de João Tição, herói de Trancoso e a célebre expressão que proferiu “ Morra o homem, fique a fama” no cerco daquele então vila pelos mouros foi o mote da inauguração da Casa de Portugal em Belo Horizonte (BH) no Brasil realizado no fim-de-semana.
O Cônsul de Portugal no estado de Minas Gerais, Melo Bandeira, falava na abertura da Sala de Leitura “João Pereira da Silva”, o primeiro presidente do Centro da Comunidade Luso-Brasileira (CCLB) de BH.
A expressão de João Tição ocorreu quando Trancoso esteve cercada pelos mouros e o cavaleiro trancosense arrebatou o estandarte do acampamento da moirama e o lançou para o interior das muralhas morrendo na porta que hoje tem o seu nome e mostra em relevo o cavaleiro montando.
O reforço dos laços de amizade e cooperação e a divulgação e fortalecimento da língua portuguesa foram defendidos pelo diplomata Melo Bandeira perante o presidente da CCL, Leonardo Andrade Mendes, poetas, escritores e jornalistas, alguns dos quais idos de Portugal.
O apelo á participação da comunidade portuguesa na animação e vida do CCLB e da casa de Portugal foi sustentada por Leonardo Andrade Mendes, filho de António Andrade Mendes, ex-presidente daquela organização e actual vice – presidente, natural de Povoa do Concelho (Trancoso).
A viúva do homenageado, Alzira Silva, presidiu à cerimónia acompanhada pelos filhos e netos de João Pereira da Silva, cuja obra cultural, sobretudo na constituição da Biblioteca do CCLB que contém obras raras portuguesas e o seu trabalho em prol da cultura e das relações luso-brasileiras.
A sessão foi animada com a recitação de poemas acrósticos dedicados ao patrono da Sala de leitura, pela poetisa e Cônsul dos “Poetas del Mundo”, Sílvia Araújo Motta.
No mesmo espaço da Casa de Portugal foram inaugurados campos polidesportivos com a presença de equipas constituídas por portugueses e luso-descendentes masculinos e femininos.
António Andrade Mendes referiu que “ esta é a concretização de mais um projecto que visa dar dinâmica e condições de convívio num organismo que se pretende vivo e aglutinador de toda a comunidade luso-brasileira”.
Também Leonardo Andrade Mendes, advogado e professor, actual dirigente do CCLB reforçou este aspecto sublinhando ser sua determinação promover outras iniciativas que captem a participação da comunidade luso-brasileira numa instituição que se quer aberta a todos”.
O fado, o folclore e canções portuguesas marcaram presença nesta cerimónia, festa que juntou mais de uma centena de pessoas entre os quais diplomatas, escritores, jornalistas, empresários, comerciantes, e estudantes.
Uma quadra de José Pereira da Silva foi repetida frequentemente durante as cerimónias: “ Do Brasil a Portugal/ Vai um saltinho somente / Ambos vivem, afinal / Bem dentro da alma da gente”.